Eram 6:20 da manhã quando soou o alarme, alguém andava
pelo Forte àquela hora! Pelas vozes percebemos que se tratava de um casal, talvez
encontrassem no forte o local ideal para uma escapadela. Passado meia hora
estavam de saída e novamente esbarraram na nossa armadilha!
Continuamos a dormir e após uma hora o alarme tornou a
soar. Desta vez era um grupo mais numeroso de exploradores matinais do forte, que
no regresso, tornaram a esbarrar na armadilha, deixando-os curiosos e a
investigar aos pontapés nas latas para ver que raio de engenhoca era aquela. Satisfeita
a curiosidade seguiram viagem e nós pudemos dormir mais um pouco.
A suite - Forte da Graça
Levantamos por volta das 8:30 e antes de arrumarmos as
trouxas nas motas fomos tomar um pequeno-almoço "selvagem" a condizer
com a noitada, pão do dia anterior com queijo seco "gourmet"!
Pequeno almoço
Arrumada a trouxa era hora de nos despedirmos do Forte e fazermo-nos
à estrada pois o destino do dia era El Ronquillo, que ainda ficava longe,
apesar de já estarmos praticamente na fronteira de Portugal com Espanha!
David a acondicionar a carga.. e a trouxa que a Vespa não consegue levar..
Depois das habituais fotos lá seguimos nós em direção a Espanha.
Prontos para o inicio da viagem
O adeus ao Forte da Graça
Assim que passamos a fronteira, o Nelson pediu-nos para
parar. Algo não estava bem, queixava-se que um bicho o tinha mordido no pescoço
e estava a dar-lhe uns “choques” pelo ombro e braço!
Depois de tirar a samarra e pôr o “pelo” à vista, era bem
visível o tratamento que o bicho lhe deu no pescoço. Era altura de estrear o kit
de primeiros socorros que preparamos para esta viagem. Felizmente não foi por
um mal maior!
já foste!
Feito o curativo seguimos viagem por terra espanhola em
direção a EL RONQUILLO.
Pelo caminho ficava Campofrio! Terra famosa pelos bons
enchidos e derivados de porco preto, animais que pudemos apreciar às centenas
pelos campos.
O Sérgio nunca tinha visto tantos porcos..
Aproximava-se a hora de almoço e quando passávamos por
uma localidade simpática, chamou-nos a atenção um restaurante, que tinha o nome
"LOS HERMANOS"!
À porta do restaurante
Tinha tudo a ver connosco! Ao entrarmos fomos muito bem
recebidos por uma simpática espanhola que nos recomendou uma Mista, algo
parecido à "nossa" grelhada mista, mas mais elaborado. Estava muito
saboroso, mais uma vez acertamos no restaurante!
De barriga cheia, seguimos viagem por estradas
secundárias mas muito boas, onde o alcatrão convidava a boas curvas!
Para este dia planeamos passar pelas antigas Minas de Rio
Tinto e após alguns quilómetros já se viam as placas a indicar a sua
proximidade. Chegados ao local, não havia dúvidas, aquela era uma localidade
industrial mineira. Quanto mais andávamos mais eram visíveis as escavações e zonas
industriais ao abandono.
A chegar às minas...
Ao alcançarmos um ponto mais alto podemos ver a imensidão
das escavações. Esta obra foi feita com recurso a enormes escavadoras. Uma
pessoa tem a dimensão de uma formiga quando se coloca ao lado de uma delas.
Ganda máquina!
coisa pequena
Depois de admirarmos a paisagem e de tirarmos as fotos,
seguimos viagem em direção a El Ronquillo, que nos obrigou a retroceder cerca
de 20 km. Dada a mudança de hora estava a fazer-se tarde. Assim, decidimos procurar
um sítio para acampar à "ciganos"!
Acampamento
Um ribeiro à beira da estrada chamou a atenção do Nelson,
que nos comunicou o achado pelos rádios e depois de conferenciarmos um pouco
decidimos que seria ali que iriamos armar as tendas!
O local seria perfeito se a profundidade do ribeiro fosse
acima dos nossos joelhos, mas isso resolveu-se com uma garrafa de água de 1,5L,
que serviu de chuveiro para um belo banho de água fresquinha que nos soube
maravilhosamente bem!
Chuveiro improvisado!
E as rochas à beira do rio foram ótimas para lavar roupa!
Lavar os trapos para o resto da viagem!
Já mais frescos e lavadinhos era altura de tratar do
jantar, que como sempre, fica a cargo do “cozinheiro” Nelson e do seu amigo petromax.
Com os colchões uns em cima dos outros a servir de mesa, ali estávamos nós a
viver o verdadeiro espírito de aventura!
Só come! Raios que o afundissem no cachopo!
Era a vez de o David lavar a loiça. Desconhecendo que
nós, obviamente, usamos esponja e detergente, usou a sua pasta de dentes e
algumas folhas verdes. Mas o tacho ficou a brilhar, tanto ou mais, como se
tivesse sido lavado pelos métodos ditos normais.
Terminadas as tarefas domésticas era hora de
"minar" o território com as latas de atum do jantar agarradas a fio
de pesca, sempre estrategicamente colocadas, para dormirmos descansados em mais
uma noite de campismo selvagem, desta vez em território espanhol!
Alarme de alta segurança!
Agora, vamos dormir ao som dos sapos, rãs.. Bela maneira de adormecer!
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