Farruncas no Asfalto Santiago

Farruncas no Asfalto Santiago

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Farruncas no Asfalto 7 - Lisboa Marrocos Lisboa - Etapa 2

Eram 6:20 da manhã quando soou o alarme, alguém andava pelo Forte àquela hora! Pelas vozes percebemos que se tratava de um casal, talvez encontrassem no forte o local ideal para uma escapadela. Passado meia hora estavam de saída e novamente esbarraram na nossa armadilha!


Continuamos a dormir e após uma hora o alarme tornou a soar. Desta vez era um grupo mais numeroso de exploradores matinais do forte, que no regresso, tornaram a esbarrar na armadilha, deixando-os curiosos e a investigar aos pontapés nas latas para ver que raio de engenhoca era aquela. Satisfeita a curiosidade seguiram viagem e nós pudemos dormir mais um pouco.
A suite - Forte da Graça



Levantamos por volta das 8:30 e antes de arrumarmos as trouxas nas motas fomos tomar um pequeno-almoço "selvagem" a condizer com a noitada, pão do dia anterior com queijo seco "gourmet"!

Pequeno almoço

Arrumada a trouxa era hora de nos despedirmos do Forte e fazermo-nos à estrada pois o destino do dia era El Ronquillo, que ainda ficava longe, apesar de já estarmos praticamente na fronteira de Portugal com Espanha!

David a acondicionar a carga.. e a trouxa que a Vespa não consegue levar..

Depois das habituais fotos lá seguimos nós em direção a Espanha.

Prontos para o inicio da viagem

O adeus ao Forte da Graça

Assim que passamos a fronteira, o Nelson pediu-nos para parar. Algo não estava bem, queixava-se que um bicho o tinha mordido no pescoço e estava a dar-lhe uns “choques” pelo ombro e braço!

Depois de tirar a samarra e pôr o “pelo” à vista, era bem visível o tratamento que o bicho lhe deu no pescoço. Era altura de estrear o kit de primeiros socorros que preparamos para esta viagem. Felizmente não foi por um mal maior!

já foste!

Feito o curativo seguimos viagem por terra espanhola em direção a EL RONQUILLO.

Pelo caminho ficava Campofrio! Terra famosa pelos bons enchidos e derivados de porco preto, animais que pudemos apreciar às centenas pelos campos.

O Sérgio nunca tinha visto tantos porcos..

Aproximava-se a hora de almoço e quando passávamos por uma localidade simpática, chamou-nos a atenção um restaurante, que tinha o nome "LOS HERMANOS"!

À porta do restaurante

Tinha tudo a ver connosco! Ao entrarmos fomos muito bem recebidos por uma simpática espanhola que nos recomendou uma Mista, algo parecido à "nossa" grelhada mista, mas mais elaborado. Estava muito saboroso, mais uma vez acertamos no restaurante!

 De barriga cheia, seguimos viagem por estradas secundárias mas muito boas, onde o alcatrão convidava a boas curvas!

Para este dia planeamos passar pelas antigas Minas de Rio Tinto e após alguns quilómetros já se viam as placas a indicar a sua proximidade. Chegados ao local, não havia dúvidas, aquela era uma localidade industrial mineira. Quanto mais andávamos mais eram visíveis as escavações e zonas industriais ao abandono.

A chegar às minas...

Ao alcançarmos um ponto mais alto podemos ver a imensidão das escavações. Esta obra foi feita com recurso a enormes escavadoras. Uma pessoa tem a dimensão de uma formiga quando se coloca ao lado de uma delas.


Ganda máquina!

coisa pequena



Depois de admirarmos a paisagem e de tirarmos as fotos, seguimos viagem em direção a El Ronquillo, que nos obrigou a retroceder cerca de 20 km. Dada a mudança de hora estava a fazer-se tarde. Assim, decidimos procurar um sítio para acampar à "ciganos"!




Acampamento

Um ribeiro à beira da estrada chamou a atenção do Nelson, que nos comunicou o achado pelos rádios e depois de conferenciarmos um pouco decidimos que seria ali que iriamos armar as tendas!
O local seria perfeito se a profundidade do ribeiro fosse acima dos nossos joelhos, mas isso resolveu-se com uma garrafa de água de 1,5L, que serviu de chuveiro para um belo banho de água fresquinha que nos soube maravilhosamente bem! 

Chuveiro improvisado!


E as rochas à beira do rio foram ótimas para lavar roupa!
Lavar os trapos para o resto da viagem!

Já mais frescos e lavadinhos era altura de tratar do jantar, que como sempre, fica a cargo do “cozinheiro” Nelson e do seu amigo petromax. Com os colchões uns em cima dos outros a servir de mesa, ali estávamos nós a viver o verdadeiro espírito de aventura!


Só come! Raios que o afundissem no cachopo!

Era a vez de o David lavar a loiça. Desconhecendo que nós, obviamente, usamos esponja e detergente, usou a sua pasta de dentes e algumas folhas verdes. Mas o tacho ficou a brilhar, tanto ou mais, como se tivesse sido lavado pelos métodos ditos normais.


Terminadas as tarefas domésticas era hora de "minar" o território com as latas de atum do jantar agarradas a fio de pesca, sempre estrategicamente colocadas, para dormirmos descansados em mais uma noite de campismo selvagem, desta vez em território espanhol!

Alarme de alta segurança!
Agora, vamos dormir ao som dos sapos, rãs.. Bela maneira de adormecer!



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