Farruncas no Asfalto Santiago

Farruncas no Asfalto Santiago

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Farruncas no Asfalto 5 - Zamora - Etapa 2

O dia adivinhava-se chuvoso e como se não bastasse o facto de o Macário ter decidido a ultima hora não nos acompanhar na viagem, com um curral cheio de cabras não foi homem de ordenhar uma para nos oferecer um pequeno-almoço digno do local onde nos encontrávamos, mas adiante, como a minha experiência é nenhuma nesse campo e com medo de em vez de uma cabra eu fosse ordenhar um bode decidi-me ficar com o que estava na mesa que soube muito bem e deu-nos energia para a difícil jornada que nos esperava.
Preparado para enfrentar a chuva.


Venha ela :)

Antes de partirmos ainda passámos por casa dos pais do Nelson, para ele visitar a mãe que não tinha visto no dia anterior. Ao ver-nos a senhora tentou convencer-nos a passar o dia em Oleiros, pois o dia estava péssimo e no dia seguinte a previsão do tempo era bem mais seca. Mas eu não concordei, porque afinal temos que passar por maus momentos para os bons valerem a pena, se assim não fosse só facilidades não tinha graça! E lá nos fizemos nós a estrada pela serra com chuva e nevoeiro numa aventura espectacular, entre sobe e desce serras e muita utilização do travão traseiro que mais tarde iria se ressentir de tanta utilização.
Ao fim de mais de 100km, muita chuva e já um bocadinho fartos de tanta agua o destino era o Fundão, para almoçarmos e já a prever pernoitarmos no parque de campismo da cidade!

Não tenho cara de quem levou com muita água

Mais uma terra que ficou para trás

Mas afinal só estávamos era a precisar de uma pausa e reestabelecer energias, pois no fim do almoço a garra já era outra. Com a Guarda já a poucos kilometros, pelo mapa a estrada parecia bastante boa e sem muitas curvas que com a estrada molhada nos estavam a atrasar bastante, pois não podíamos explorar muito a borracha lateral dos pneus!

São Pedro Guarda a chuva aí em cima..

E assim foi, bastantes rectas e quase sempre duas vias para cada lado, mas sempre debaixo de chuva,a viagem até a Guarda fez-se em pouco tempo! Chegados a Guarda e depois de nos perdermos um do outro já só faltavam 60km até Mêda, o que não nos assustava muito pois isso é canja para nós e para as nossas maquinas, apesar de um policia que nos deu informações de como lá chegar não se mostrar muito confiante de que íamos alcançar o nosso objectivo!
E lá continuámos nós pela estrada molhada com a chuva a teimar em cair mas que naquela altura para nós já não nos incomodava pois ao fim de 200 km já estranhávamos se ela se fosse embora! É certo e sabido que uma “ZUNDAPP de 5” anda mais que uma VESPA 50S o que a dada altura com tanta curva e contra curva me fez ficar umas centenas de metros para trás! Ao me deparar com varias tabuletas a que dizia “Meda” tinha fundo verde, o que indicava uma “IP”, estrada proibida para as nossas maquinas. Tentando comunicar com o Nelson através do “walkie-talkie” e do telemóvel a resposta foi nula. Sem mapa e como não podia ficar ali parado a opção mais viável foi mesmo a IP e bendita hora em que escolhi aquele trajecto,  pois foram quase 40km até Mêda sempre em estrada aberta e seca, os únicos kms feitos nesse dia sem a companhia da chuva!
Chegado a Mêda a prioridade era encontrar o parque de campismo que não foi difícil pois a vila não era muito grande. Ao encontrar o parque fiquei espantado pois do Nelson nem sinal, o que só podia ter uma explicação: foi pela nacional e deu a volta bem maior que a minha!

Finalmente!
Passados 10 minutos chegou ele e não me esqueço da cara de espanto ao ver-me já ali e perguntar: “Ai tu já cá estás?”
O desafio seguinte era montar a tenda com o vento que se fazia sentir, o parque fica localizado numa zona alta e era bastante aberto o que dificultava a tarefa, mas depois de algum esforço e trabalho de equipa lá conseguimos pôr a barraca em pé e em condições de passarmos a primeira noite ao ar livre!

A nossa mansão..

Depois de tanto esforço cais bem era um banho quentinho, o Nelson foi à frente e quando lá cheguei ele gritava pois não havia água quente, a principio não me acreditei mas depois de abrir todas as torneiras constatei que era verdade. Mas não conformado com a situação decidi ir à casa de banho dos deficientes na esperança de os responsáveis se terem lembrado deles e deixado água quente para eles e ainda bem que o fiz! Água quente! Não se tinham esquecido dos deficientes!
Já mais quentes e confortáveis era hora de fazer a janta! O petromax “made in china” faz maravilhas e mais uma vez fez-nos uma refeição quentinha e como sempre acompanhada pela bela chouriça assada! Era hora de descansar para a etapa do dia seguinte!

Faca de serviço..

A encher o badulho

Este foi o caminho bem molhado percorrido nesta etapa:



Ver mapa maior


etapa escrita por Sérgio Botelho

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